Dona da Alpha, Disney, 89 e investidores da Nativa e da Band (todas FM), a família Camargo comprou a Transamérica. A rede possui emissoras em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Recife e Rio de Janeiro e seu sinal chega a 370 cidades no país.
O valor da negociação não foi revelado. A negociação ainda depende de aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
“Temos certeza de que, na nossa mão, vai acontecer uma otimização muito grande. Vamos triplicar faturamento, diminuir despesa e melhorar programação [da Transamérica]. Temos uma máquina de venda nas rádios. Quando a gente for visitar clientes [anunciantes], abre um leque”, afirma João Camargo, que também é presidente da CNN e controlador do Esfera, empresa que realiza eventos e networking ligando entidades públicas e privadas.
A ideia, segundo ele, é fechar um círculo em relação ao público que as rádios da família atingem.
A Disney é voltada para o público até 13 anos, enquanto a 89 é referência no rock atual. A Alpha é dirigida para as classes A e B. O que atraiu a Transamérica para os Camargo foi a força da emissora nas transmissões de futebol. A rádio tem Eder Luiz, um dos principais narradores do país.
A avaliação é que, com a regularização das bets, existe um novo campo de companhias para anunciar nos programas esportivos.
“Alguma empresa grande vai acabar anunciando com a gente”, avalia Camargo, já que o novo portfolio, com a inclusão da Transamérica, abarcaria todos os públicos.
Não há garantia de que a marca Transamérica vai permanecer e existe a possibilidade de mudar de nome, a depender de pesquisas de mercado que serão feitas.
A rádio pertencia ao empresário Aloyisio Faria, morto em setembro de 2020. Desde então, os herdeiros têm vendido o espólio do patriarca.
“Nós não éramos os únicos interessados e foi uma concorrência em que contamos com a preferência dos Faria. Elas queriam vender a rádio para quem fosse do ramo”, finaliza João Camargo.
Em 2022, a família havia vendido o Banco Alpha para o Safra, o terreno do Hotel Transamérica (para o Banco BTG) e, em 2023, a C&C, rede de lojas de materiais para contrução, à Arcos Gestão e Invstimento.
