A ministra Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviço Público) afirmou nesta quarta-feira (5) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está “muito preocupado” com as empresas estatais brasileiras.
“O presidente, como vocês sabem, está muito preocupado. Na verdade, está muito prestando atenção nas estatais e ele tem uma questão muito importante ligada ao crédito público. Ele quis que eles trouxessem aqui alguns resultados, eles trouxeram muito das linhas de financiamento, como está andando, como os números são muito importantes, com grande crescimento em relação ao período anterior”, afirmou a ministra.
As declarações foram dadas após reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com presidentes de bancos públicos e ministros.
Participaram também os ministros Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil).
Dos dirigentes de bancos públicos, estavam na reunião Tarciana Medeiros (Banco do Brasil), Aloizio Mercandante (BNDES), Carlos Vieira (Caixa Econômica Federal), Luiz Claudio Moreira Lessa (Banco da Amazônia) e Paulo Câmara (Banco do Nordeste).
O encontro com o presidente teria sido para mostrar um balanço dos bancos públicos.
“O dado muito positivo foi que o crédito no Brasil está crescendo, os créditos dos bancos públicos. E o presidente sempre pergunta alguns créditos específicos, microcrédito, crédito rural, tanto para a grande agricultura quanto para o pequeno, ele tem muita preocupação com isso”, afirmou.
As empresas estatais registraram um rombo recorde no ano passado. O déficit primário recorde foi de R$ 8,07 bilhões em 2024, segundo dados do Banco Central. Esse foi o pior resultado (em valores nominais) desde o início da série histórica da autoridade monetária, em dezembro de 2001.
A estatística do BC considera as contas de estatais federais, estaduais e municipais, exceto dos grupos Petrobras e Eletrobras. Os bancos públicos, como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, também não entram no cálculo.
No ano passado, o déficit das estatais federais foi de R$ 6,7 bilhões, enquanto as empresas controladas por estados e municípios tiveram um resultado deficitário de R$ 1,3 bilhão e R$ 39 milhões, respectivamente.
Em mensagem ao Congresso Nacional, na abertura do ano legislativo, o presidente minimizou o déficit apresentado por algumas estatais, justificando que esses resultados não apresentam nenhum risco para as contas públicas.
“Os déficits atuais de algumas estatais não representam prejuízos nem riscos às contas públicas, pois são financiados com recursos próprios das empresas e não dependem de aportes do Tesouro Nacional. Assim, não afetam os compromissos do Governo com o regime fiscal sustentável”, afirma o texto.
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