O FMI (Fundo Monetário Internacional) disse nesta quinta-feira (6) que está acompanhando de perto os acontecimentos nos Estados Unidos, incluindo medidas do governo Trump para suspender ajuda externa e impor tarifas sobre a China, mas que é cedo demais para oferecer avaliações claras sobre o impacto.
A instituição global tem alertado países repetidamente de que medidas protecionistas, restrições comerciais e aumento da incerteza podem prejudicar o crescimento global.
A porta-voz do FMI, Julie Kozack, disse que o impacto das tarifas norte-americanas já anunciadas e de outras medidas dependerá das reações de outros países e consumidores, além de outros desdobramentos comerciais.
Nas primeiras semanas de governo, Trump já cumpriu algumas das promessas de campanha, como a imposição de tarifas sobre parceiros comerciais, o aperto de políticas para conter imigrantes ilegais e a saída de órgãos e tratados internacionais, como a OMS (Organização Mundial da Saúde) e do Acordo do Clima.
Questionada sobre as propostas da agenda do Projeto 2025, redigidas por alguns dos principais membros do governo do presidente Donald Trump, que pedem que os EUA se retirem do FMI, Kozack disse que o Fundo tem um longo histórico de trabalho com os sucessivos governos norte-americanos e que espera dar continuidade a esse trabalho.
Em janeiro deste ano, antes da posse do republicano e da subsequente implementação das medidas do novo governo, a chefe do órgão, Kristalina Georgieva, já havia comentado o tema.
Georgieva disse que a economia dos EUA está se saindo “um pouco melhor” do que o esperado, embora haja grande incerteza em relação às políticas comerciais de Trump, o que à época estava aumentando as incertezas sobre a economia global e elevando as taxas de juros de longo prazo.
“Não é de surpreender que, dado o tamanho e o papel da economia dos EUA, haja um grande interesse global nas orientações políticas do novo governo, em particular sobre tarifas, impostos, desregulamentação e eficiência do governo”, comentou Georgieva.
“Essa incerteza é particularmente alta em relação ao caminho da política comercial daqui para frente, aumentando os ventos contrários enfrentados pela economia global, especialmente para os países e regiões que são mais integrados nas cadeias de suprimentos globais, economias de médio porte, e a Ásia como região”, complementou.