A operação da Polícia Federal contra o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, nesta quinta-feira (6), provocou surpresa e críticas no governo Lula, embora o tucano lidere um partido de oposição.
Integrantes da gestão petista mencionaram a proximidade da superintendente da PF em Goiás, Marcela Rodrigues, com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), adversário declarado de Perillo no estado. Caiado também é pré-candidato a presidente em 2026.
A delegada foi citada em órgão de imprensa do estado como uma possibilidade para assumir a Secretaria da Segurança Pública e tem várias fotos ao lado de Caiado. A assessoria do governador, no entanto, afirmou ao Painel que essa possibilidade nunca existiu.
Chamou a atenção no governo Lula que a operação trata de supostos desvios na saúde ocorridos há mais de sete anos. Nas palavras de uma autoridade do Executivo, falta “contemporaneidade” ao fato, um dos princípios básicos de qualquer investigação.
Este mesmo interlocutor diz com ironia há uma torcida no governo para que a superintendente aceite de uma vez o convite para compor a equipe de Caiado.
Caiado rebateu e disse que é uma “completa inversão” relacioná-lo ao caso de Perillo.
“A operação foi autorizada pela Justiça Federal e os supostos desvios na saúde durante as gestões do PSDB vêm sendo investigados pelo Ministério Público Federal (MPF), Controladoria Geral da União (CGU) e Receita Federal desde 2019”, afirmou Caiado.
O governador também afirmou que a superintendente não foi cotada para nenhum em sua gestão. E a relação de Marcela com o governo é apenas institucional, diz Caiado.
“Tentar politizar um assunto grave como desvios de recursos do SUS só contribui para encobrir eventuais malfeitos daqueles que devem prestar contas à Justiça”, afirmou o governador.
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